Pensão por morte: Direitos e deveres do autônomo não contribuinte do INSS

A perda de um cônjuge é uma das situações mais difíceis que podemos enfrentar na vida. A situação se complica ainda mais quando há incertezas financeiras, especialmente se o falecido era um trabalhador autônomo que não pagava regularmente INSS. “Será que tenho direito à pensão por morte?” Essa dúvida é bastante comum e, neste artigo, tentaremos esclarecê-la.

Entendendo a pensão por morte e o papel do INSS para autônomos

A pensão por morte é um benefício da Previdência Social destinado aos dependentes do segurado que faleceu. Vale para várias categorias de segurados, incluindo trabalhadores autônomos, ou seja, contribuintes individuais da previdência social. Contudo, o que acontece quando esse trabalhador autônomo não estava contribuindo para o INSS no momento do óbito? Aqui, exploraremos essa questão.

Para entender melhor, precisamos analisar alguns conceitos importantes:

  • Lei da Previdência Social: De acordo com o Artigo 74 da Lei n.º 8.213/91, a pensão por morte é um direito dos dependentes do segurado falecido.
  • INSS: O Instituto Nacional do Seguro Social é responsável por coletar as contribuições para a Previdência Social e conceder benefícios, como a pensão por morte.

Pensão por morte: Cenários para autônomos não contribuintes

As regras de elegibilidade para a pensão por morte podem ser complicadas e mudam de acordo com a situação do segurado no momento da morte. Aqui, analisaremos os três possíveis cenários:

  • Cenário 1: Se o trabalhador autônomo estava com as contribuições em dia para o INSS quando faleceu, seus dependentes têm direito à pensão por morte.
  • Cenário 2: Se o trabalhador autônomo não estava contribuindo para o INSS no momento da morte, mas estava dentro do período de graça (o período após a última contribuição onde o segurado mantém seus direitos), os dependentes também têm direito à pensão.
  • Cenário 3: Se o trabalhador autônomo não estava contribuindo para o INSS e não estava dentro do período de graça quando morreu, infelizmente, seus dependentes não têm direito à pensão por morte.

Como reivindicar a pensão por morte?

O processo para solicitar a pensão por morte envolve várias etapas e pode ser um pouco complexo. É necessário ter em mãos alguns documentos, como:

  • Certidão de óbito do segurado;
  • RG e CPF do dependente;
  • Documentos que comprovem a condição de segurado do falecido e a dependência econômica, entre outros.

Essa reivindicação deve ser feita junto ao INSS, que pode ser pela internet, telefone ou presencialmente.

É sempre importante lembrar que na dúvida consultar um escritório de advocacia e/ou advogado da sua confiança é de extrema importância.

Implicações da falta de contribuição ao INSS na pensão por morte

A falta de contribuições ao INSS pode afetar significativamente o valor da pensão por morte. Normalmente, a pensão corresponde a 50% do valor da aposentadoria que o segurado recebia ou teria direito na data do óbito, acrescido de cotas de 10% por dependente. Mas se o segurado não estava em dia com as contribuições, isso pode resultar em uma pensão de valor menor ou até mesmo no indeferimento do benefício.

Ações preventivas e recomendações para trabalhadores autônomos

Existem algumas medidas preventivas que os trabalhadores autônomos podem adotar para garantir o benefício aos seus dependentes:

  • Manter as contribuições em dia: A maneira mais eficaz de garantir a concessão do benefício de pensão por morte é estar em dia com as contribuições para o INSS. Em alguns casos, é possível realizar contribuições em atraso ao INSS.
  • Consultar um advogado especializado: A orientação de um advogado especializado em Direito Previdenciário pode ser extremamente valiosa para obter sucesso no seu requerimento.

Em resumo, a perda de um cônjuge é um momento extremamente delicado, que pode ser agravado pela incerteza financeira. Entender as regras da pensão por morte e como ela se aplica aos trabalhadores autônomos que não contribuíram em dia com o INSS é fundamental para garantir a segurança financeira dos dependentes. Em caso de dúvidas, sempre é uma boa ideia buscar orientação jurídica profissional.

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Helmut Führ

OAB/SC sob n.º 32.465

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